Menino Deus

Menino Deus
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós " (João 1,14)

«Quanto mais Me honrardes, mais Eu vos favorecerei».

Menino Jesus de Praga

sábado, 7 de janeiro de 2017

Meditação de Epifania


A manifestação do Menino Jesus no chamado aos Reis Magos
O Menino Jesus nasce pobre, numa pequena gruta que servia de abrigo para animais. Mesmo assim, os anjos do Céu reconhecem o Pequenino por seu Senhor, mas os homens da Terra deixam-no abandonado. Apenas alguns poucos pastores que estavam nos arredores, avisados pelos anjos, foram ao presépio para O adorar (cf. Lc 2, 16). Porém, o divino Redentor, já quer começar a comunicar-nos a graça da Redenção. Por isso, manifesta-se aos gentios, que menos o conheciam.
O Filho de Deus manda uma estrela iluminar os santos Reis Magos, Melquior, Baltazar e Gaspar, para que venham conhecer e adorar o seu Salvador. “Foi esta a primeira e também a maior graça que Jesus nos deu: a vocação à fé, à qual sucede a vocação à graça, de que os homens se achavam privados”.
O Filho de Deus se faz pobre para nos enriquecer
Os Magos se põem apressadamente a caminho, pois aqueles que são chamados pelo Senhor têm pressa de O encontrar. A estrela do Oriente acompanha Melquior, Baltazar e Gaspar até a gruta, onde está o santo Menino. Chegando à gruta, entram, e quem encontraram? “Invenerunt Puerum cum Maria — Acharam o Menino com Maria” (Mt 2, 11). Eles encontram uma donzela pobre e um menino igualmente pobre, envolto em faixas, sem ninguém para o servir ou amparar.
Ao entrar naquela humilde gruta, os três Reis peregrinos sentem uma alegria nunca antes experimentada. Eles sentem seu coração atraído para aquele Menino tão pequeno. Aquela palha, aquela pobreza, aquele choro de criança recém-nascida, de seu pequeno Salvador, ah! que setas de amor foram para seus corações, que chamas felizes de amor neles se acenderam! “O Menino acolhe-os com sorriso amável, demonstrando assim o afeto com que os aceita entre as primeiras presas da sua Redenção”.
O sublime culto dos Magos ao pequenino Jesus
Os santos Reis olham depois para a Virgem Maria, que permanece silenciosa, mas com semblante no qual reluz uma doçura celeste, acolhe-os e agradece-lhes por terem vindo, os primeiros a reconhecer-lhe o Filho por seu soberano Senhor. Eis que os Reis Magos, silenciosos pelo respeito, adoram o Filho da Virgem e reconhecem-no como Deus, beijando-lhe os pés e oferecendo-lhe os seus presentes; ouro, incenso e mirra (cf. Mt 2, 11). Em união com os santos Reis Magos do Oriente, adoremos o nosso pequenino Rei e Senhor Jesus e ofereçamos-lhe todo o nosso coração.
Vamos adorar o Menino Deus e oferecer-lhe nossos corações
Assim, digamos com os três Reis Magos do Oriente: “Vidimus enim stellam eius in oriente, et venimus adorare eum — Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2).
Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado, mal acabara de nascer, já quis começar a comunicar-nos as graças da Redenção. Por meio de uma estrela, chama os três Reis Magos: Melchior, Baltazar e Gaspar, – e na pessoa destes a todos nós – a fim de O venerarem. Os Magos do Oriente põem-se logo a caminho e, guiados pela estrela, chegam à Belém, entram na gruta, adoram o Menino Deus e oferecem-lhe seus presentes: ouro, incenso e mirra (cf. Mt 2, 11). “Adoremo-lo nós também, em união com os santos Reis, e ofereçamos-lhe pelas mãos de Maria os nossos corações arrependidos e amantes”.
Oração de Santo Afonso Maria de Ligório ao Menino Jesus
"Ó amável Menino Jesus, ainda que Vos veja nessa gruta, deitado sobre a palha, tão pobre e tão desprezado, a fé ensina-me que sois meu Deus, descido do céu para a minha salvação. Reconheço-Vos por meu soberano Senhor e meu Salvador, mas nada tenho para Vos oferecer. Não tenho ouro de amor, porque amei as criaturas e os meus caprichos, e não Vos amei a Vós que sois infinitamente amável. Não tenho incenso de oração, porque até hoje vivi miseravelmente esquecido de Vós. Não tenho mirra de mortificação, porquanto tantas vezes tenho desgostado a vossa infinita bondade. — Que poderei eu oferecer-Vos?
Ofereço-Vos este meu coração, imundo e pobre como é; aceitai-o e transformai-o. Viestes sobre a terra exatamente para, com o vosso sangue, purificar os corações humanos do pecado e assim transformá-los de pecadores em santos. Dai-me Vós mesmo o ouro, o incenso e a mirra que desejais. Dai-me o ouro do vosso santo amor; dai-me o espírito da santa oração; dai-me o desejo e a força para me mortificar em todas as coisas que Vos possam desagradar. Estou resolvido a obedecer-Vos e a amar-Vos; mas Vós conheceis a minha fraqueza, dai-me a graça de Vos permanecer fiel.
Ó Virgem Santíssima, Vós acolhestes com tamanha benignidade e consolastes os santos Magos, acolhei-me e consolai-me também, agora que venho adorar vosso Filho e consagrar-me inteiramente a ele. Minha Mãe, tenho confiança absoluta em vossa intercessão. Recomendai-me a Jesus. Em vossas mãos deposito a minha alma e a minha vontade; ligai-a para sempre ao amor de Jesus.
“E Vós, ó meu Deus, que por meio de uma estrela manifestastes no dia presente vosso Unigênito aos gentios: concedei propício, que visto já Vos conhecermos pela fé, cheguemos também a contemplar a beleza de vossa majestade. Fazei-o pelo amor desse mesmo Jesus Cristo, vosso Filho”.

Fonte: http://blog.cancaonova.com/tododemaria/uma-meditacao-sobre-a-epifania-do-senhor/ 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Santo Afonso Maria de Ligório - Sobre a pobreza de Jesus Menino



MEDITAÇÃO XI. 

SOBRE A POBREZA DE JESUS MENINO. 

Céu!! quem não se compadeceria ao ver o filho dum rei nascer em pobreza tal que o obrigasse a abrigar-se numa caverna úmida e fria, a não ter nem leite, nem servos, nem lume, nem mesmo os paninhos necessários para se acalentar? 

Ah! meu Jesus, sois o Filho do Senhor do céu e da terra, e nessa gruta gelada não tendes senão uma manjedoura por berço, um pouco de palha por leito, e miseráveis paninhos para vos cobris! Os anjos vos rodeiam e louvam, mas não trazem nenhum alívio à vossa pobreza. Meu Redentor, quanto mais pobre sois, tanto mais amável vos devemos achar pois abraçastes essa grande pobreza para melhor ganhar o nosso amor. Se tivésseis nascido num palácio, se tivésseis um berço de ouro, se fosseis servido pelos maiores príncipes da terra, inspira-ríeis aos homens mais respeito, mas menos amor; essa gruta em que estais, esses panos grosseiros que vos cobrem, essa palha em que repousais, essa manjedoura que vos serve de berço, oh! como tudo isso obriga nossos corações a amar-vos, tanto mais que vos fizestes tão pobre a fim de vos tornar mais caro aos nossos olhos. “Quanto mais ele se abaixa por mim, exclama S. Bernardo, tanto mais caro me é”. Fizestes-vos pobre para enriquecer-nos dos vossos bens, isto é, da vossa graça e da vossa glória; é S. Paulo que o diz: Ele se fez indigente... a fim de que sua indigência nos enriquecesse. 

A pobreza de Jesus Cristo é para nós uma fonte de grandes riquezas, porque nos move a adquirirmos os bens do céu desprezando os da terra. — Ó meu Jesus, a quantos santos a vossa pobreza fez deixar tudo, riquezas, honras, mesmo coro-as, para viverem pobres convosco. Por favor, ó meu Salvador, desapegai-me também de toda afeição aos bens terrenos, a fim que me torne digno de obter o vosso santo amor e de possuir a vós, Bem infinito! 


Afetos e Súplicas. 

Ó divino Infante, pena que não posso dizer-vos com vosso caro S. Francisco: “Meu Deus, sois tudo para mim!” ou com Davi: Que há para mim no céu? e fora de vós, que posso desejar sobre a terra? Sois o Deus do meu coração, e a minha única herança para a eternidade. Oxalá pudesse, também eu, não desejar no futuro outra riqueza senão a do vosso amor; de maneira que as vaidades do mundo não tivessem mais domínio sobre o meu coração, e só vós fosseis o seu único Senhor, ó meu Bem-amado! Sim, quero começar hoje a dizer-vos: Sois o Deus do meu coração e a minha herança para a eternidade!

Ah! no passado procurei os bens terrestres, e que encontrei? espinhos e fel! Hoje sinto mais contentamento em me achar aos vossos pés, para vos agradecer e amar, do que proporcionaram todos os meus pecados. Uma só coisa me aflige: o te-mor de que me não tenhais ainda perdoado. Mas as vossas promessas de perdoar a quem se arrepende, a pobreza a que vos vejo reduzido por meu amor, a vossa voz que me convida a amar-vos, as lágrimas, o sangue que derramastes por mim, as dores, as ignomínias, a morte cruel que sofrestes para a minha salvação, tudo isso me consola e me faz esperar com segurança o meu perdão. E se ainda me não perdoastes, dizei-me o que tenho a fazer. Quereis me arrependa de minhas iniqüidades, oh! arrependo-me de todo o coração de vos haver ofendido, meu Jesus! Quereis que vos ame? amo-vos mais do que a mim mesmo. Quereis que renuncie e tudo? oh! sim, renuncio a tudo e dou-me todo a vós. Sei que me aceitais; sem isso, não teria nem arrependimento, nem amor, nem desejo de dar-me a vós. Dou-me pois a vós, ó meu Deus, e vós me recebeis; amo-vos e vós me amais. Não permitais que esse nosso mútuo a-mor cesse jamais de nos unir.
Minha Mãe, Maria, obtende-me a graça de amar sempre a Jesus e de ser sempre amado por Jesus.